27 de dez. de 2013

RESENHA: Perdão, Leonard Peacock

postado por Unknown

Nome Original: Forgive Me, Leonard Peacock   
Autor(a): Matthew Quick
Editora: Intrínseca
Ano: 2013
Páginas: 222
É o aniversário de 18 anos de Leonard Peacock, um adolescente considerado solitário, abandonado pelo pai e que possuí uma relação pouco afetiva com a mãe, uma estilista que mais se preocupa com o trabalho e com o namorado do que com o filho. Ao invés de comemorar, Leonard acorda nessa data especial com outro objetivo em mente: irá matar o ex-melhor amigo e depois se suicidar.

Não sei por que senti vontade de ler esse livro de Matthew Quick. Não li o Lado Bom da Vida, mas vi o filme na maratona Oscar 2013, e não sou fã de livros com uma temática tão forte como essa. Leio, mas não sou fã. Mesmo assim, desde que a Intrínseca começou a divulgar Perdão, Leonard Peacock, senti uma imensa e inexplicável vontade de ler.

O começo foi difícil pra mim. Não me liguei ao livro de primeira e me permitir ir para outras leituras antes de continuar (isso vem acontecendo bastante comigo). Mas quando decidi ler de verdade me surpreendi muito com o texto de Quick. Os capítulos são curtos, o que facilitou muito a minha leitura. Eu levo um pouco mais de tempo para ler uma história com um enredo delicado, e às vezes, pode ficar um pouco cansativo. Não foi o caso. O autor é direto, tem uma linguagem simples e não usa metáforas ou eufemismos que são comuns em livros do estilo.

Leonard é quem conta a história, então em todo livro vemos o ponto-de-vista dele. Vemos os motivos que o levaram a decidir que acabaria com a própria vida. Antes disso, ele decide presentear alguns poucos amigos – se é que dá para chamá-los assim – para que eles não se sintam culpados pelo o que ele irá fazer. Pessoas especiais que, de alguma forma, afetaram para melhor a vida de Leonard. Entre essas pessoas está Herr Silvermann, professor de história e, provavelmente, a personagem mais interessante do livro.



Acho que qualquer adolescente ou jovem adulto que ler essa obra vai se identificar com Leonard. Ele é um peixe-fora-d’água assim como grande parte das pessoas da idade dele. Ele não pertence à vida moderna. É um adolescente que já passou por coisas horríveis, mas que são minimizadas pelos outros. O abandono do pai e o descaso da mãe, por exemplo, são coisas que ele deve aprender a lidar segundo a sociedade. Mas ele não consegue.

Leonard quer saber se o futuro será melhor, se ele tem condições de se tornar alguém melhor e que consiga fazer algo pelo mundo. Afim de saber mais sobre o que virá depois da adolescência ele faz algumas coisas, como seguir adultos desconhecidos enquanto esses estão a caminho de seus trabalhos e observar suas expressões. Decepcionado, ele percebe que todos estão tristes e desapontados com as suas próprias vidas. 

“Mostre me que é possível ser adulto e também ser feliz. Por favor. Este é um país livre. Você não precisa continuar fazendo isso caso não queira. Você pode fazer o que desejar. Ser quem quiser. Isso é o que eles nos dizem na escola, mas se continuar entrando naquele trem e indo para o lugar que você odeia, vou começar a achar que as pessoas na escola são mentirosas (...)" (pág.47)

O futuro parece tão promissor quanto o presente e tudo o que Leonard consegue ver são justificativas para o que ele planeja fazer. No entanto, descobrimos no decorrer da leitura que, no fundo, o garoto deseja que alguém o impeça. Que alguém note os sinais que ele vêm dando (isolação, carência, depressão) e que se importe. Alguém que mostre que ele só está em um momento ruim, mas que coisas boas podem aparecer. Isso é o que me faz amar o livro. Leonard, com seu tom sarcástico, faz aquilo que todos fazemos em momentos desesperadores: pede ajuda. E para isso, Leonard, não é necessário perdão.

1 comentários:

  1. Nossa Jana. Agora preciso ler esse livro!
    Gostei muito da temática e pelo jeito a escrita tb é muito boa!
    Beijos flor

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O que acharam do post, borralhos? Me contem tudo, mas sem brigar, viu?

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