Autor(a): Jay Asher
Editora: Ática
Ano: 2009
Um livro que me chamou a
atenção desde que li a sinopse no skoob, que me fez imaginar várias
possibilidades antes mesmo de tê-lo em mãos. É assim que eu descrevo Os 13
Porquês, livro de estreia de Jay Asher e publicado no Brasil pela Ática. Mas as
minhas expectativas eram altas demais e eu terminei a leitura com aquela
horrível sensação de frustração.
O autor Jay Asher realmente
merece congratulações pela a premissa de tratar sobre bullying e suicídio na adolescência, que é uma coisa que não vejo
com frequência em histórias literárias. Na maioria das vezes a adolescência é
trata como um período de diversão, loucuras e inconsequências. As pessoas
esquecem que esse período provavelmente é um dos mais difíceis da vida. Outro
ponto que merece parabéns é a sequência de perguntas e respostas, treze no
total, que aparece logo após o final do livro em que o autor conta como foi o
processo de escrita. A última página traz uma lista de endereços e telefones de
associações e hospitais do Brasil que oferecem ajuda às pessoas que se
identificarem com a protagonista. Achei muito válido.
Mas vamos ao livro.
Hannah Baker era uma garota
muito conhecida no colégio em que frequentava, mas sua fama não vinha de
histórias tão boas. Apesar disso, quando a notícia do seu suicídio chega aos
ouvidos dos outros alunos, é com espanto que eles a recebem. Apenas duas
semanas após a tragédia, um dos colegas de classe de Hanna, Clay Jansen, chega
em casa e encontra um pacote, sem remetente, o esperando. São fitas cassetes gravadas pela própria
Hannah em que ela promete listar 13 motivos que a levaram a tomar a decisão de
tirar a própria vida. Cada lado das sete fitas é dedicado a uma pessoa (a
última fita só tem um lado) que, segundo a garota, teve participação
fundamental na sua escolha.
Durante a leitura eu me vi
procurando alguma coisa a mais na narrativa que até agora não consigo explicar
o que é. Talvez um pouco mais de emoção, já que Hannah narra os 13 porquês muito
objetivamente e de uma forma quase fria. Não parece que ela está falando do
porquê ela se matou. É como se ela estivesse falando de uma coisa simples e
corriqueira. Algumas vezes ela fala uma ou outra frase de efeito para dar o tom
dramático e reflexivo que o assunto suicídio pede, mas não funciona.
Hannah nos conta o que cada
uma dessas pessoas presentes nas fitas fez ou deixou de fazer para ela. Algumas
coisas pelo o que ela passou realmente são horríveis, mas outras me pareceram
simples demais. No entanto, isso não afetou a minha opinião sobre o livro até
por que o que é simples para mim pode ser algo terrível para pessoas que já
possuem um psicológico abalado. Eu entendo e respeito isso, mas o autor não
mostra nada muito profundo sobre o psicológico de Hannah. Nem da Hannah de
antes de tudo isso, nem da Hannah do depois de todo esse sofrimento. Sim, ela
nos diz como se sente sozinha e usada. Como ela não consegue mais confiar nas
pessoas depois de tudo o que passou no colégio e com ela não vê escapatória
para o que está passando. Mas a forma como esse turbilhão de emoções é mostrado
no livro não me convenceu.
De qualquer forma, fiquei
esperando para saber o que o outro protagonista, o Clay, tinha feito para estar
nas fitas por que sentia que a história ainda podia melhora. Mas quando o
momento finalmente chegou eu soube que não tinha volta, eu realmente não estava
gostando do livro.
Acho que muito da minha
opinião sobre o livro também vem da forma como ele foi escrito. Cada capítulo é
um lado da fita. Hannah, claro, fala do passado, nos dá flashbacks da sua vida que, por sinal, são apresentados em itálico
no texto. Sim, toda vez que Hannah fala é em itálico o que cansa um pouco. Mas
a questão mais importante é que 85% do livro é um bate-bola entre Hannah e
Clay. Hannah fala nas gravações e Clay responde mentalmente no presente. Às
vezes ele responde diretamente o assunto que ela está falando, o que é bom, mas
outras ocasiões ele simplesmente descreve o que esta fazendo ou onde ele está.
“Por isso, entrei no Rosie’s e sentei no balcão. E, quando vocês forem
lá, se forem, não façam o pedido imediatamente.
O telefone no meu bolso
começa a vibrar.
Apenas
fiquem sentados e esperem.
E
esperem um pouquinho mais.
É a minha mãe.” (página 117)
Sinceramente, não dá pra
saber qual linha de raciocínio é pra seguir, da Hannah ou do Clay? Talvez eu que não esteja acostumada com esse estilo de dois pontos-de-vista simultâneos, talvez eu não faça parte do público-alvo do autor, só sei que o texto não conseguiu me prender. Por um tempo
eu achei que era problema na tradução, mas nenhuma tradução equivocada ia me
deixar com esse sentimento de leitura perdida.
Eu nunca li esse livro Jana, mas ele me pareceu ser bom o conteúdo bullying que são tratados em livros que eu já li são realmente bons, talvez você não tenha gostado muito da forma como esse livro é narrado. no trecho que você transcreveu na sua resenha parece ser complicadinho de ler mesmo, principalmente para quem não está acostumado com essa linha de raciociocinio, que é o seu caso, torna a historia chata, cansativa e as vezes estressantes. Talvez seja isso, já li livros assim tbm...
ResponderExcluirhttp://voceeoquele.blogspot.com.br/2014/01/news-literarias-autores-parceiros_14.html
Oi Giselly,
ExcluirO assunto é muito bom mesmo! Gostei dessa iniciativa de falar de bullying, nunca tinha lido nenhum livro que o assunto principal fosse esse. É como eu disse, grande parte da minha opinião do livro vem do jeito que a história é narrado, não gostei muito, pode ser mesmo que seja por que eu não está acostumada!
Beijos
Eu nunca li, mas ja estava na minha lista. Parece realmente muito bom.
ResponderExcluirTe indiquei pra uma tag la no blog! Espero que goste.
http://chocolatecomlivros.blogspot.com.br/2014/01/liebster-award-brincadeira-entre-blogs.html#more
Oi Emy,
ExcluirVou passar lá no seu blog pra ver a Tag! Beijos