RESENHA: A Última Música

Nome Original: The Last Song                                  
Autor(a): Nicholas Sparks 
Ano: 2009

Páginas: 528 (versão pocket)

Editora: Novo Conceito

Onde Comprar: Submarino, Saraiva, Livraria Cultura, FNAC, Book Depository

Verônica Miller, mais conhecida como Ronnie, está passando por uma situação vivida por muitos: o divórcio dos pais.  Ela mora com o irmão mais novo e a mãe, que decide levar os filhos para passar as férias com o pai, um ex-pianista que foi morar em uma cidade praiana na Carolina do Norte. Ronnie também toca piano, mas decidiu a abandonar o talento e a relação com o pai depois da separação por se sentir abandonada. Rejeitando qualquer tipo de aproximação do pai, Ronnie ameaça voltar para Nova York durante grande parte da estadia no litoral, até que ela conhece Will, um garoto local por quem se apaixona.

Confesso que  pela a sinopse não dá para se apaixonar pela história. Parece apenas um romance normal do Nicholas Sparks, autor conhecido pelas suas histórias chamadas de “água-com-açúcar” e pela sua fórmula de romance/drama. Não concordo nem um pouco com esse rótulo dado a Sparks, acho que o autor é muito subestimado. Apesar do conceito da maioria de seus livros ser o mesmo, cada enredo me ensina alguma coisa e A Última Música foi o que mais me tocou exatamente pelo foco ser a instituição familiar.

Aqui o romance é importante sim, como sempre, mas não tanto como nos outros livros de Sparks. Ronnie e Will trazem um romance muito bonito mas sem aquela melação desnecessária. Will é daqueles personagens cativantes, que fazem as garotas suspirarem enquanto leem, mas também é muito real, imperfeito, e guarda um segredo que compartilha com seu melhor amigo, Marcus, e que está diretamente ligado a Ronnie.

 Versão de bolso

Eu sou muito cismada com casais em romances, mas esse me convenceu muito e acho que essa é a grande especialidade de Nicholas Sparks. Até hoje não li nada dele que não tivesse um romance que me convencesse. Com ou sem final feliz (sim, ele escreve livros com finais felizes!).

De qualquer forma, o que vale a pena mesmo na leitura é a relação de Ronnie, o irmão Jonah e o pai Steve. Enquanto o adorável Jonah ama e adora o pai incondicionalmente, Ronnie apenas o ignora. Seu ressentimento por achar que ele os abandonou é tão grande que ela cria uma aversão ao piano, instrumento cujo o talento ela herdara do pai.

O livro, que é narrado por vários pontos-de-vista, traz o já conhecido texto de Sparks: simples e intimista. Ele leva o leitor para dentro da história o que é ótimo, já que a nossa aproximação com as personagens é essencial para nos ligarmos aos personagens e sentir a história que é muito sensível.

Como toda família, os Miller têm seus altos e baixos. A evolução da relação de Steve com os filhos é muito bonita de se ver, e esse é o grande objetivo do livro. A certa altura, ele pode parecer bem previsível e é mesmo, mas não importa. Mesmo sabendo o que vem pela frente, o livro ainda te segura e, no mínimo, arranca alguns soluços.

É de uma delicadeza sem fim, coisa que apenas Nicholas Sparks sabe proporcionar.