Autor(a): John Green
Ano: 2013
Páginas: 368
Editora: Intrínseca
Onde Comprar: Submarino, Saraiva, Livraria Cultura, Book Depository
Hoje
eu vim falar do John Green. Terminei “Cidades de Papel” essa semana e percebi
que estava faltando no blog uma resenha do, talvez, mais aclamado autor de Young Adults dos últimos anos.
O
que eu gosto no Green é que ele é bem versátil com relação a estilo de livros, pelo
menos é o que eu percebi com suas obras lançadas até agora. Ele consegue ir do romântico
e dramático “A Culpa é das Estrelas” até o reflexivo “Quem é você, Alasca?” passando
pelo o engraçadinho e leve “O Teorema Katherine”.
As
entrelinhas de “Cidades de Papel” lembram muito a história que nos apresentou
Alasca Young, então se você odeia o primeiro livro escrito pelo João Verde, provavelmente
vai odiar esse. Como eu amei “Quem é você, Alasca?” criei uma grande
expectativa com relação a esse livro.
Já nas primeiras páginas conhecemos Quentin, apelidado de Q, e Margo, que são
vizinhos de janela. Os dois são pequenos no começo do livro e, durante um de
seus passeios de bicicleta corriqueiros, acabam encontrando em um parque o corpo
de um homem. E então começamos a entender as diferenças dos dois personagens.
Enquanto Q fica receoso e apenas quer se afastar o máximo possível, Margo quer
descobrir quem o homem era e o que aconteceu com ele.
O
tempo passa, os dois estão no colégio, mas não são tão próximos como antes. Margo
é popular, e Quentin é apenas mais um garoto nerd com dois ou três amigos.
Mesmo sem o companheirismo de antes, Q não consegue deixar de pensar em Margo
como a garota perfeita. Essa imagem persiste até a garota invadir o quarto de Q
pela janela no meio da noite com o rosto pintado de preto e cheia de ideias a
serem concretizadas. Q aceita a ajuda-la e ambos passam a madruga juntos, pondo
em prática as vinganças planejadas por Margo
.
Para Q, aquela inusitada situação poderia resultar em uma reaproximação dos dois, e
realmente poderia se Margo não sumisse misteriosamente no dia seguinte. Margo já fugira outras vezes, por isso ninguém se preocupa muito com seu novo desaparecimento, nem mesmo seus pais. Na verdade, eles até parecem um pouco aliviados com o sumiço da garota. Q é o único realmente preocupado e está certo de que Margo deixou pistas específicas para ele que não descansa nenhum minuto tentando decifrá-las.
A
busca por Margo é um emaranhando de frases retiradas de um poema que ela deixou
para trás, lugares abandonados e divagações. Enquanto Q imagina mil e uma
possibilidades do que pode ter acontecido, John Green nos lança em várias
reflexões: sobre como vemos as pessoas e como elas são, como somos submetidos a
seguir um especifico estilo de vida, a obsessão de ser aceito e como as
coisas nem sempre são do jeito que queremos. Toda redoma de falsidade em qual as pessoas vivem geram seres superficiais e que, na realidade, não existem. São "pessoas de papel".
"Mas ainda há um tempo entre o momento em que as rachaduras começam a se abrir e o momento em que nós nos rompemos por completo. E é nesse intervalo que conseguimos enxergar uns aos outros, por que vemos além de nós mesmos, através de nossas rachaduras, e vemos dentro dos outros através das rachaduras deles."
Toda
a ideia do livro é muito boa, e o conceito de “cidades de papel” que aos poucos
é decifrado por Q e consequentemente pelo leitor é ótima, mas tudo isso é posto
no meio de diálogos desnecessários entre Q e seus melhores amigos, e cenas
repetitivas o que me cansou um pouco.
Margo
é uma personagem muito complexa. Ela tem ideais e vontades próprias. Ela é
contra o “senso comum” e à ideia de vida perfeita que estamos acostumados
(estudar, fazer faculdade, se casar). Ela é um espirito livre. Mas, apesar de
ter todas essas caraterísticas – que por sinal eu super aprovo – nenhuma delas
me convenceu muito. Senti que faltou um pouco de embasamento, achei tudo muito
raso, nada muito profundo. Em algumas partes fiquei com a sensação de que Margo
nada mais era do que uma garota egoísta que simplesmente usa seu ponto-de-vista
da vida apenas para justificar suas ações.
Apesar
de toda esse mistério e seriedade, John Green, como sempre, conseguiu colocar
uma pitada de humor aqui e ali que nos fazem relaxar em tanta expectativa com
relação a Margo.É
um livro bom, com uma história do jeito que eu gosto. História que faz pensar,
que pede para ser aplicada no dia-a-dia. Escrevendo essa resenha percebi que eu
gosto e detesto esse livro, tudo ao mesmo tempo. Mas eu acho que é essa
sensação de ler um bom livro.
Olá, Jana
ResponderExcluirTenho comentado no meu blog ultimamente que eu estou numa relação de amor e ódio com John Green. Me apaixonei por A Culpa é das Estrelas, mas não curti O Teorema Katherine. Algumas pessoas me indicaram Quem é Você, Alasca? e Cidades de Papel para desempatar. A sinopse que você coloca na resenha é interessante, então acho que posso adicionar esse livro à minha lista, quem sabe.
Adorei a resenha (e a foto)
Beijos!
Oi, Mari!
ExcluirEu sei bem como é essa relação. Eu amei Quem é Você, Alasca? mas achei Teorema Katherine e Cidades de papel apenas razoáveis.
Beijos