Autor(a): Erin Morgenstern
Editora: Intrínseca
Ano: 2012
Páginas: 365
Onde Comprar: Submarino, Saraiva, Livraria Cultura, FNAC, Book Depository
“O circo chega sem aviso”. É
assim que começa a obra de Erin Morgenstern e a frase não poderia ser mais
acertada. Não apenas pelo circo em si, mas por toda a aventura que é ler O
Circo da Noite. Mas para tirar o melhor do livro é imprescindível seguir a
seguinte regra: não leia a sinopse.
Muita gente já não lê
sinopses de livros, mas outras gostam de saber o que está comprando. Com esse
livro a sinopse não vai ajudar. Só vai criar uma expectativa que não será
atingida. Mas não se engane, Erin traz uma história e um texto ótimos!
Celia Bowen e Marco foram
criados por dois mágicos rivais, o mago “Próspero” e um sujeito conhecido
apenas como “o homem do terno cinza”, respectivamente. Ainda quando seus
pupilos eram crianças, os dois magos os colocaram em uma espécie de jogo em que
Celia e Marco, futuramente, terão que se enfrentar sendo que apenas o vencedor
poderá viver. Como? Com mágica, é claro. O local escolhido para sedear tal
acontecimento é um circo criado apenas para esse propósito.
Sabendo-se isso, o livro nos
leva a anos, lugares e vidas diferentes. Vemos como o circo é idealizado, os
preparativos, as pessoas envolvidas em cada detalhe e percebemos como tudo é muito
misterioso. A falta de continuidade – os anos mudam praticamente a cada
capítulo - pode confundir muito no começo da leitura assim como as mudanças de
ponto-de-vista. É estritamente necessário prestar atenção nas informações
apresentadas pela autora em cada começo de capítulo.
Nunca fui grande fã de circos, mas o criado por Erin Morgenstern é diferente. A magia presente no livro é muito mais do que alguns truques baratos ou poderes sobrenaturais e psíquicos. É uma experiência mental e sensorial tanto para as personagens quanto para os leitores.
O Le
Cirque de Revês aparece nas cidades de um dia para o outro. Abre as portas
à noite e fecha ao amanhecer. Descobrimos que Celia está ligada ao circo de uma
forma quase física, ele faz parte dela. Tudo o que acontece dentro do circo ou
com as pessoas que, de certo modo, fazem parte dele é extremamente mágico. Até
o mais comum dos fatos nos dá a sensação de ter algo a mais por trás. Isso é
resultado de um texto muito bem escrito, descritivo e de uma história bem
estruturada.
“- Nossos instrutores não entendem como são as coisas – começa a dizer. – Estar ligado a alguém dessa forma. (...) Acham que é simples fazer com que duas pessoas se enfrentem. Mas nunca é tão simples. O outro passa a definir a vida da gente, a definir a nós mesmos.” (pág. 347)
Os anos passam, o circo fica
cada vez mais famoso e o momento da tão chamada “luta” entre Celia e Marco, que
até lá já se encontraram e já se apaixonaram (óbvio), chega e quem se animou
com a sinopse vai sentir uma comichão de decepção. Não compre O Circo da Noite
achando que lerá uma versão circense de Jogos Vorazes ou qualquer outra
distopia. Assim como todo o livro, a disputa entre os dois é algo muito mais emocional
do que físico. Sim, há mágica, mas não de forma destruidora. Na verdade, tudo
passa bem longe da ação o que é bem compreensível, pois destoaria do resto da
história.
Até agora só consigo
imaginar como seria esplendido ver que o Le
Cirque de Revês chegou à minha cidade! Ler O Circo da Noite é praticamente
uma experiência hipnótica, como mergulhar em um sonho. Se não o livro, a
originalidade do mundo criado por Erin merece nota 10!
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O que acharam do post, borralhos? Me contem tudo, mas sem brigar, viu?