2 de fev. de 2014

A Menina que Roubava Livros

postado por Unknown



Assim que eu comprei os ingressos para ver A Menina que Roubava livros eu soube que não podia e não queria ver esse filme. Apesar de ter lido o livro homônimo de Markus Zusak e ter absolutamente amado, fiquei receosa por vários motivos. Primeiro por temer que a adaptação não ficasse à altura do livro que é um dos meus favoritos, segundo por que sempre tive certo tipo de aversão a filmes que se ambientam em dois momentos históricos específicos: a época da escravidão e nazismo.

A história criada por Zusak se passa na Alemanha nazista e tem como protagonista Liesel Meminger. O livro é narrado pela Morte que encontra Liesel pela primeira vez no enterro de seu irmão mais novo, que morreu durante uma viagem de trem que faziam. Com perigo que a assola por ser comunista, a mãe de Liesel a entrega para uma família em Molching (cidade fictícia). Sem muita instrução e atrasadas nos estudos, a garota sofre na escola. O pai adotivo, Hans Hubermann é quem a ensina ler e alimenta o interesse de Liesel por livros, os quais ela começa a roubar da casa do prefeito.

Os livros para Liesel são como uma escapatória da realidade terrível que ela e seus familiares vivem. Além do medo da guerra, a família Hubermann ainda vive com a tensão de encobrir um segredo que poderia significar a vida ou a morte de todos: eles escondem um judeu foragido no porão.

Não é à toa que eu tenho receio de ver filmes sobre o nazismo. Eles sempre me tocam e são, como já era de se esperar, horrivelmente tristes. Triste por que é difícil acreditar que o ser humano conseguiu fazer tanta atrocidade com o próximo. Então, eu sabia que não estava preparada psicologicamente para ver essa adaptação e, como percebi tardiamente, realmente não estava.

Fui em uma sessão lotada e durante todo o filme eu percebi a reação das pessoas. As risadas, o silêncio brusco pela preocupação com os personagens, a indignação com os absurdos nazistas e os inevitáveis soluços e lágrimas que ocorreram desde o começo. A reação de uma plateia diz muito sobre o espetáculo.

Sobre a adaptação da história em si poucas coisas foram ignoradas no filme e não percebi nada de importante faltando. Todas as cenas essenciais e memoráveis no livro estão no longa-metragem o que  até acabou o deixando um pouco longo. Mas tudo o que é mostrado é necessário para mostrar que o nazismo era a realidade daquelas pessoas, mas que em algumas a humanidade falava mais alto. No quesito fidelidade à obra, o filme não falha.

O diretor Brian Percival (que por sinal é diretor de uma das minhas séries preferidas, “Downton Abbey”) conseguiu misturar no drama que o assunto exige algumas falas divertidas e tomadas leves que servem pra você respirar fundo e aquecer seu coração um pouco antes de voltar a lagrimar. A fotografia é excelente e, apesar de se passar em um momento sombrio da história da humanidade, o filme conseguiu trazer algumas cores em meio ao cinza e branco do inverno alemão.

Durante a leitura imaginei Liesel, Rudy, seu melhor amigo, e o judeu Max um pouco menos arrumados e mais sujos do que o que é mostrado no filme.  Os personagens foram colocados de forma mais apresentáveis, mas isso não me incomodou por que todo o resto compensa. O amor que Liesel tem pelos pais, por Rudy e por Max é forte, inocente e esperançoso de uma forma tão bruscamente contrária ao ódio, intolerância e preconceito que são pregados ao redor dela que não tem como não se emocionar. 


10 comentários:

  1. Oi Jana, tudo bem?
    Fico feliz pelo filme ter mantido os pontos principais mencionados no livro. Filmes que modificam coisas importantes são extremamente ruins e eu fico bem decepcionada!
    Eu já o livro e amei a escrita do Markus, por mais que a temática do livro seja bem forte e fala de uma das épocas mais tristes que o mundo já vivenciou, a história sempre me prendeu bastante!

    Espero assistir ao filme muito em breve (:

    Beijos,
    Leitora Online

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    1. Oi, tudo bem sim e com você?

      Também fiquei feliz demais com a adaptação, estava muito receosa de terem cortado coisas importantes, mas comparado com várias adaptações que existem essa está extremamente fiel.

      O livro realmente prende muito e o filme tem o mesmo efeito.

      Beijos

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  2. Adorei esse filme.
    Bjs
    http://eternamente-princesa.blogspot.com.br/

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    1. Luiza, também adorei o filme. Achei lindíssimo e muito emocionante.

      Beijos

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  3. Já assisti o filme flor, e chorei horrores, e realmente o filme foi fiel ao livro, não me decepcionei com a adaptação!

    Poste novo lá no blog:
    http://voceeoquele.blogspot.com.br/2014/02/resenha-divergent-veronica-roth.html

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    1. Eu também chorei horrores Giselly, achei que ia ter um troço no cinema hahaha

      Beijos

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  4. Esse é um dos maiores medos dos leitores: que o
    filme acabe estragando a história. Tenho um amigo que sempre diz: se tem filme, assista ele primeiro, depois leia o livro, deste modo, não
    criará expectativas e não se frustará ^^

    Realmente, livros/filmes sobre o nazismo me deixam
    apavorada e meio deprê depois. É inacreditável o que
    o ser humano "descontado das ideias" pode fazer
    com o seu próximo e.e

    Eu li o livro apenas uma vez, não tive coragem de
    tentar mais uma. Mas fiquei com vontade de relembrar
    a história. Quem sabe um dia eu assista ao filme.

    Adorei o jeito como você escreve.

    Beijos
    Babih Hilla
    http://revolucionandogeral.blogspot.com

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    1. Babih, seu amigo tem toda a razão. Pra não criar expectativas só lendo o livro depois de ver o filmes. Mas eu não consigo fazer isso, prefiro ler o livro antes e imaginar as coisas/personagens do meu jeito!

      Saí do cinema dizendo que nunca mais veria A Menina que Roubava Livros por que mexeu muito comigo. Mas é um filme belíssimo e muito bem adaptado!

      Beijos

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  5. Guria, amei sua resenha. Ainda não vi o filme, estou com uma série crise de preguiça de ver filmes(!), o que é triste, queria muito ver esse filme. Gostei da sua resenha porque não foi como naqueles chatos que só porque o filme não tem todos os pontos e vírgulas do livro, é horrível. Não é bem assim que funciona o negócio, né? Mas foi bom saber que é fiel nas partes mais importantes, e eu também imaginei-os mais sujos, principalmente o Max, que vivia no porão!

    Beijos, Lu!

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    1. Oi, Lu!

      Fico muito feliz que você tenha gostado da minha resenha! Eu sei como é isso de preguiça de ver filmes, acontece sempre comigo, principalmente com adaptações literárias. Realmente, não adianta esperar ver o livro todo nas telonas, isso não existe. O importante é ser fiel a história e as principais cenas.

      Beijos!

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O que acharam do post, borralhos? Me contem tudo, mas sem brigar, viu?

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