Autor(a): Charlotte Brontë
Ano: 1847
Páginas: 528
Editora: BestBolso
Resolvi dar uma atenção especial esse ano aos clássicos literários, então é claro que Jane Eyre não poderia faltar. Confesso que comecei a leitura com os dois pés
“atrás”. Eu, como uma fã de Jane Austen, já peguei o livro de Brontë receosa
por saber que Jane Eyre traz em suas entrelinhas críticas à Austen e seu modo de retratar as mulheres.
No
final, nada disso importa. A diferença entre as duas – maravilhosas – autoras é
gritante, mas ambas as histórias são totalmente encantadoras. Jane Austen mostra em suas histórias protagonistas fragilizadas ou mais condizentes com o
retrato feminino dar época (a reclusão, a dependência do homem para sobreviver,
a preocupação com o casamento). Brontë quebra e critica a cada página todo esse
ideal, mostrando que as mulheres podem sim se virarem sozinhas. Nada de sexo de frágil.
Jane
Eyre é uma órfã que, após a morte do seu tio e tutor, fica a cuidados da mulher
dele, a Sra. Reed. Tanto ela quanto seus três filhos desprezam a “intrusa”
fazendo com que Jane sofra todos os tipos de maus tratos possíveis. Cansada de
ter a criança por perto, a Sra. Reed a manda para um colégio interno para
meninas onde, apesar de todas as adversidades, Jane finalmente começa a viver
em paz. Depois de oito anos como aluna e professora no colégio, Jane vira
preceptora de uma garota que nada tem além do seu tutor, um homem considerado
feio para os padrões da época, além de ser arrogante e irônico.
Jane é uma personagem memorável. Para ela, o mundo deve ser desbravado e conhecido. A vida é muito instável e ao mesmo tempo maravilhosa, apesar de difícil, para se passar em casa chorando pelos problemas e esperando que algo melhor caia do céu. E é isso o que torna a história de Jane Eyre diferente de todas as outras escritas ou que retratam a sociedade inglesa do século XIX (alô, Jane Austen!).
O
texto de Brontë é decidido e direto, sem enrolações e ajuda muito na leitura. Sim, algumas descrições,
porém necessárias e nenhum pouco cansativas. O drama, a tristeza e, algumas vezes, a crueldade nos é
apresentada de forma bem objetiva, sem meias-palavras o que é mais uma característica e diferença de Brontë.
Em
Jane Eyre a vida é retratada nua e crua de uma forma que eu não tinha visto
ainda em obras dessa época. Há suspense e uma surpresa a cada página! Os
leitores precisam estar preparados para uma história que muda a cada capítulo.
Praticamente vemos todas as etapas da vida de Jane e, em cada uma, novos
personagens nos são apresentados.
Fiquei
surpresa em como Brontë conseguiu juntar todos os fatos que acontecem durante o
livro (que não são poucos) em uma linha do tempo coerente. Coisas diferentes e impensáveis
acontecem, mas todas fazem sentido. Todos os caminhos que aparecem na vida de
Jane Eyre levam ao mesmo final e dizem a mesma coisa: a mulher também pode!
Acredita que nunca li nenhum livro dessa autora?! Quero muito ler, principalmente porque gostei da premissa e essa capa é um luxo <3.
ResponderExcluirAdorei a mensagem que o livro se propôs a passar, muito bacana mesmo!
memorias-de-leitura.blogspot.com
A capa é linda mesmo! Confesso que escolhi essa edição exatamente por isso hahahaha.
ExcluirBeijos