28 de mai. de 2014

RESENHA: Jardim de Inverno

postado por Unknown


Nome Original: Winter Garden                  
Autor(a): Kristin Hannah
Editora: Novo Conceito
Ano: 2013
Páginas: 416

Kristin Hannah é daqueles autores que têm diversos livros famosos, super bem recomendados, mas que eu não tinha lido nenhum. Resolvi começar por Jardim de Inverno por que foi o primeiro que eu descobri e o mais comentado. Confesso que também o escolhi pela capa que, convenhamos, é maravilhosa.

Quando comecei a ler já sabia que o estilo de Kristin era o dramático. Mas, calma! Não é nada nível novela mexicana (que por sinal, eu amo!). É um drama humano e realista, nada sufocador, exceto por uma cena aqui e acolá. O tema é bem forte, mas Kristin conseguiu dar um ar bem natural até para as cenas e descrições mais pesadas.

Meredith e Nina são irmãs que apesar de suas diferenças, possuem a mesma frustração na vida: não tiveram o amor de uma mãe. Não, elas não são órfãs. Elas têm um pai amoroso, a melhor e única fonte de amor fraternal que elas tiveram durante a vida. A mãe, uma russa que migrou para os Estados Unidos logo após a Segunda Guerra, parece não notar as garotas. Toda e qualquer demonstração de afeto da mulher é direcionada para o marido. O único momento em que Meredith e Nina conseguem se aproximar ligeiramente da mãe é quando essa se dispõe a lhes narrar um conto-de-fadas sobre uma camponesa e um príncipe. Uma lenda cheia de elementos fantásticos e romance.

As meninas crescem e os sentimentos que tentavam manter pela mãe durante a infância foram completamente enterrados. Elas não a odeiam, mas são indiferentes até certo ponto. Apenas o pedido do pai que fica doente faz com que elas pelo menos tentem deixar as diferenças de lado e se aproximarem da mãe. Anya cede ao desejo do marido e volta a contar a famosa história para as filhas, mas agora na integra. É então que Meredith e Nina percebem que talvez exista muita coisa real nas palavras da mãe.




Como já deu para perceber, nas primeiras páginas do livro Anya é quase uma vilã. A indiferença dela com as filhas é de se revoltar um pouco. Ela não é cruel, mas é indiferente o que para uma criança é tão ruim quanto. Com o avançar da história vamos descobrindo pouco a pouco o passado de “mamãe” e percebendo que o que ela é hoje é o reflexo de um passado triste e resultado de experiências arrasadoras.

Tais experiências são a melhor coisa do livro. Não foram poucas as sequências que eu tive que reler para ter certeza de que era sério mesmo. Coisas tão fortes que me fizeram repensar um pouco a minha vida. Aquela velha história de "vou parar de reclamar". É como um choacalhão de realidade, mas não dá pra falar muito sem dar spoiler! 

Apesar dessa parte mais emocional do livro, algumas partes são bem "devagar-quase-parando". Mas faz parte do estilo dramático da história da Kristin, eu acho. Pessoas impacientes vão ter um pouco de dificuldade em terminar. Existe muita rotina, muitas crises existenciais e de identidade de Meredith e Nina. Mas o foco verdadeiro do livro é Anya e descobrir quem ela é realmente é o objetivo da autora.

Mesmo com toda essa rotina o final do livro conseguiu me fazer levar um susto. Quando eu pensei que já estava tudo resolvido, Kristin simplesmente resolveu mostrar quem manda nesse paranauê e fez uma coisa que não me passou pela cabeça em nenhum momento durante a leitura.




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