Autor(a): Kristin Hannah
Editora: Novo Conceito
Ano: 2013
Páginas: 416
Kristin
Hannah é daqueles autores que têm diversos livros famosos, super bem
recomendados, mas que eu não tinha lido nenhum. Resolvi começar por Jardim de
Inverno por que foi o primeiro que eu descobri e o mais comentado. Confesso
que também o escolhi pela capa que, convenhamos, é maravilhosa.
Quando
comecei a ler já sabia que o estilo de Kristin era o dramático. Mas, calma! Não
é nada nível novela mexicana (que por sinal, eu amo!). É um drama humano e
realista, nada sufocador, exceto por uma cena aqui e acolá. O tema é bem forte, mas Kristin conseguiu dar um ar
bem natural até para as cenas e descrições mais pesadas.
Meredith
e Nina são irmãs que apesar de suas diferenças, possuem a mesma frustração na
vida: não tiveram o amor de uma mãe. Não, elas não são órfãs. Elas têm um
pai amoroso, a melhor e única fonte de amor fraternal que elas tiveram durante
a vida. A mãe, uma russa que migrou para os Estados Unidos logo após a Segunda Guerra,
parece não notar as garotas. Toda e qualquer demonstração de afeto da mulher é direcionada
para o marido. O único momento em que Meredith e Nina conseguem se aproximar
ligeiramente da mãe é quando essa se dispõe a lhes narrar um conto-de-fadas
sobre uma camponesa e um príncipe. Uma lenda cheia de elementos fantásticos e romance.
As
meninas crescem e os sentimentos que tentavam manter pela mãe durante a
infância foram completamente enterrados. Elas não a odeiam, mas são
indiferentes até certo ponto. Apenas o pedido do pai que fica doente faz com
que elas pelo menos tentem deixar as diferenças de lado e se aproximarem da
mãe. Anya
cede ao desejo do marido e volta a contar a famosa história para as filhas, mas
agora na integra. É então que Meredith e Nina percebem que talvez exista muita
coisa real nas palavras da mãe.
Como já deu para perceber, nas
primeiras páginas do livro Anya é quase uma vilã. A indiferença dela com as
filhas é de se revoltar um pouco. Ela não é cruel, mas é indiferente o que para uma criança é tão ruim quanto. Com o avançar da história vamos descobrindo
pouco a pouco o passado de “mamãe” e percebendo que o que ela é hoje é o
reflexo de um passado triste e resultado de experiências arrasadoras.
Tais experiências são a melhor coisa
do livro. Não foram poucas as sequências que eu tive que reler para ter certeza
de que era sério mesmo. Coisas tão fortes que me fizeram repensar um pouco a minha vida. Aquela velha história de "vou parar de reclamar". É como um choacalhão de realidade, mas não dá pra falar muito sem dar spoiler!
Apesar dessa parte mais emocional do
livro, algumas partes são bem "devagar-quase-parando". Mas faz parte do estilo
dramático da história da Kristin, eu acho. Pessoas impacientes vão ter um pouco
de dificuldade em terminar. Existe muita rotina, muitas crises existenciais e
de identidade de Meredith e Nina. Mas o foco verdadeiro do livro é Anya e
descobrir quem ela é realmente é o objetivo da autora.
0 comentários:
Postar um comentário
O que acharam do post, borralhos? Me contem tudo, mas sem brigar, viu?