Começo dizendo que “Onde a Lua Não Está” não é pra todo mundo, até agora não sei se ele é pra mim. Mas posso dizer também que o livro de estreia de Nathan Filer é uma poesia em forma de narrativa.
Matthew é quem nos conta a sua própria história em tom de monólogo. Tudo começa em uma viagem de férias em que Simon, o irmão mais velho de Matthew e portador de Síndrome de Down, morre em um acidente. Nesse exato momento, nessas primeiras páginas onde o protagonista nos apresenta o ocorrido já percebemos que o livro não vai ser uma leitura fácil.
A narrativa de Matthew não é linear. Em cada capítulo ele pode estar com uma idade diferente e isso não é apontado claramente. Nós leitores que percebemos enquanto lemos. É um livro que demanda atenção. Uma pessoa um pouco mais distraída pode se confundir e devido a isso acabar abandonando a leitura. Mas eu digo, vale a pena o esforço de se prender a cada palavra escrita por Filer.
Depois
da morte do irmão, Matthew começa a desenvolver esquizofrenia, doença que ele
chama de “serpente que escorrega”. A
culpa que o atormenta pelo acidente, que só depois nos é explicada, e a saudade que sente de Simon o transformam. O autor nos leva para dentro da mente esquizofrênica de
Matthew. Filer já foi enfermeiro em hospitais psiquiátricos, então tudo é muito
real e emocionante. É possível distinguir a dor e a confusão de Matthew quando,
por exemplo, ele começa a escutar a voz do irmão morto.
0 comentários:
Postar um comentário
O que acharam do post, borralhos? Me contem tudo, mas sem brigar, viu?