Título Original: Love Letters To The Dead
Autor(a): Ava Dellaira
Ano: 2014
Editora: Seguinte
Páginas: 344
A primeira vez que eu tentei ler “Cartas
de Amor aos Mortos” foi em 2014. Li umas 50 páginas e desisti. Coloquei a culpa
no momento em que eu estava da vida. Eu acredito muito que aproveitamos ou não
uma história de acordo com o nosso estado de espírito no momento, então achei que tinha
sido isso que me fez não aproveitar tanto a leitura na época. Resolvi tentar
ler de novo esse ano já que eu estou bem melhor do que dois anos atrás. Comecei
no final de abril e terminei hoje. Foram quase dois meses de leitura. Tenho que
admitir que eu estava sem tempo para ler e conseguia apenas pegar no livro de
final de semana. Isso colaborou muito com a minha leitura lenta, claro, mas
talvez se fosse um livro mais fácil e leve eu teria acabado mais rápido. A obra
de Ava Dellaira é tudo menos leve.
Não sou muito fã de histórias contadas
inteiramente por meio de cartas. O único livro do estilo que me cativou foi “As
Vantagens de Ser Invisível”. Confesso que demorei muito para entrar no ritmo de
“Cartas de Amor aos Mortos” exatamente por não conseguir me envolver quando o enredo é mostrado em forma de diário ou algo parecido. Esse também foi
um fator que colaborou na minha leitura lenta.
A história é sobre Laurel, uma garota
de 15 anos que perdeu a irmã mais velha recentemente. May era tudo para Laurel.
Era sua inspiração, seu espelho, sua melhor amiga. Como um exercício dado em uma matéria em sua
nova escola, Laurel tem que escrever cartas para pessoas que morreram e ela
decide escrever para artistas e falecidos que de alguma forma têm relação com a
vida dela. É por essas cartas que nós vamos descobrindo, pouco a pouco, o que
aconteceu com Laurel e May.
Apesar do texto leve e escrita
simples, logo no começo a história já dava sinais de que entraria em um lado
obscuro e tenso. Eu só não imaginava o quanto. Laurel vai para uma escola nova
para não ter que lidar com as pessoas a olhando com pena devido à morte de May.
No novo colégio ela encontra o amor e novas amigas, mas nem isso é simples
nessa história. Tudo tem uma questão mais profunda do que parece e essa é a
grande chave do livro.
Laurel está sofrendo com a morte da
irmã, com o afastamento da mãe que foi morar em outro estado, e com alguma
coisa a mais que nós sabemos o que é perto do final do livro. A autora trouxe
temas críticos para a história como homofobia, aceitação, violência física,
problemas psicológicos e abuso sexual. Tudo de uma maneira crua e sem o típico “amaciamento”
que de vez em quando vemos em livros que não querem assustar os leitores. Essas
coisas tornaram a leitura agoniante para mim. Certos assuntos mexem muito
comigo e a Ava conseguiu deixar tudo muito real ao ponto de eu ter que fechar o
livro e dar uma respirada antes de continuar a ler.
Por sinal, acho que essa é uma boa
forma de descrever o livro. Ele é real demais. E a realidade é pesada e
angustiante na maioria das vezes. Têm coisas na vida que não podemos mudar, mas
têm outras que poderiam ser evitadas se as pessoas apenas fossem mais
altruístas e respeitosas. Pensar em como o mundo pode ser horrível me deixa apavorada e, sim, nós vemos esse tipo de coisa toda hora na televisão, mas é aquela velha história: livro são portais de magia e uma boa leitura te marca, para o bem ou para o mal.
Acho que ler tanta coisa forte em um
livro só me deixou um pouco desnorteada e isso não é ruim. Ás vezes precisamos
de um choque de realidade e essa história com certeza é um. O texto de Ava é delicado, mas algumas coisas não
podem ser mascaradas, por mais que tentemos deixá-las melhores. O que aconteceu com Laurel, com May e com as novas amigas de Laurel está acima de qualquer explicação. Não existe explicação.
No fim, achei uma leitura muito válida.
Gostei do livro e do alerta que a história dá para todas essas questões. Porém,
a leitura pesou em mim e por isso eu não o releria. São sentimentos demais que
eu não gostaria de sentir de novo.
Oi, Jana!
ResponderExcluirEu sou louca pra ler esse livro. Recentemente tive sorte e consegui ele por troca no skoob.
Realmente às vezes é importante tomar um choque de realidade.
Beijos
Balaio de Babados
Oi, Jana.
ResponderExcluirApesar da temática do livro trazer uma proposta maravilhosa não consegui me envolver com a leitura.
O lance das cartas tinha tudo para dar certo, mas ficou massante.
Mas que bom apesar do peso para você tenha funcionado.
Beijo
Te Conto Poesia ♥
Que bom que você achou a história válida, uma pena que não tenha sido tudo isso.
ResponderExcluirTambém não gosto de livros apenas com cartas, fica meio massante e desgastante.
http://revelandosentimentos.blogspot.com.br/
Olá,
ResponderExcluirEsse é um livro que tenho vontade de ler, parece ser um livro cheio de emoções.
Parabéns pela resenha.
Bjs e uma ótima noite!
Diário dos Livros
Siga o Twitter
Já li Cartas de Amor aos Mortos e não curti muito.
ResponderExcluirNão gostei da narrativa feita apenas em forma de cartas, pois achei cansativo.
Achei o final interessante, jamais imaginaria algo assim, mas achei o desenvolvimento da estória fraco e, em alguns pontos, forçado.
Abraço,
Alê
www.alemdacontracapa.blogspot.com
Olá! Eu li esse livro a quase 2 anos atrás e continuo com essa mesma sensação de sofrimento que você descreve. O fato de ser possivelmente muito real mexeu muito comigo, sabia?
ResponderExcluirSeguindo o blog!
Beijos,
Postando Trechos
Oi Jana!
ResponderExcluirQue legal a sua resenha!, já perdi a vontade de ler esse livro tem um tempo mas ainda assim o enredo é muito bom. Que bom que gostou da leitura.
Abraço!
http://leituraforadeserie.blogspot.com/
Oi Jana,
ResponderExcluirEu tive a oportunidade de ler esse livro e passei, achei triste demais e não estava na vibe. Todas as resenhas comentam que o livro é muito realista e que você tem que ler no momento certo, por enquanto não pretendo ler.
Bjs, @dnisin
www.sejacult.com.br