Eu
sou uma fã de carteirinha, bolsinha, pochetinha e qualquer outra coisinha da televisão britânica. Acho sensacional e assisto/amo muitas séries feitas
pelo pessoal que mora na terra da rainha (Downton Abbey, Doctor Who, Sherlock, etc.). Mas eu quero falar hoje sobre uma
em especial que lançou no começo de 2013. Eu a vi em fevereiro e estou até
hoje tendo espasmos. E eu vou usar nesse texto todos os
argumentos possíveis para convencer vocês de que My Mad Fat Diary é uma das melhores séries de 2013.
Exagerei?
Não sei, só sei que eu amo quando alguma coisa tira o meu fôlego e foi isso que
MMFD fez. Os seis episódios dessa primeira temporada (sim, ela é super pequena)
me deixaram uma madrugada inteira acordada. E não senti nenhum arrependimento
no dia seguinte, valeu muito a pena.
A
série britânica é baseada no livro escrito por Rae Earl (My Mad, Fat, Teenage Diary) em que ela
conta a história da sua própria adolescência durante meados dos anos 90. Rae tem 16
anos, é fã de Oasis, é obesa e tem uma mente muito fértil, pra não dizer pervertida. Ela acaba de sair de um hospital
onde passou os últimos meses se recuperando psicologicamente de uma quase tentativa de suicídio. Quase tentativa por que Rae desconta
seus temores em si mesma: ela se machuca propositalmente, e da última vez ela foi longe
demais.
Não
preciso dizer que a série é dramática por que eu acho que já deu pra perceber.
O que me chama a atenção é que, apesar de se passar nos anos 90, esse assunto é
muito atual. Hoje, automutilação é uma válvula de escape para milhares de adolescentes
que não conseguem lidar com esse período conturbado da vida. Querendo ou não é
na adolescência que nós começamos a enxergar como as pessoas podem ser cruéis.
Rae
sai do hospital e tenta se ajustar a esse mundinho estranho que nós vivemos.
Ela reencontra sua amiga Chloe, que acaba não sendo tão amiga assim, e que a apresenta à gangue, um pequeno grupo de adolescentes que aproveitam a vida como
a maioria dos jovens daquela época: frequentando os pub's da cidade, indo a shows de rock, raves e bebendo muito.
A
linha que separa o presente fora do hospital e o passado de Rae é tênue. Em uma cena ela está tentando se sentir parte desse novo grupo e na outra ela está na terapia ou com os amigos que continuam no hospital. Vemos ela lutar para superar os
fantasmas que claramente ainda a atormentam, para depois, no mesmo episódio,
cair novamente. Acho esses passos em falso que ela dá durante a série muito reais. Não passamos
todos nós por isso também? Ainda que nossos problemas nada tenham a ver com o peso, bullying ou solidão como no caso de Rae. Sempre tem alguma coisa que nos faz querer nos entregar às sombras.
Mas nem tudo é trevas nessa vida e em My Mad Fat Diary também não. Como já dito, Rae tem uma mente muito ativa.
Ativa até demais. Vive fantasiando com qualquer pessoa do sexo masculino que
apareça na frente dela e que seja mais ou menos atraente. Essas
tomadas geram até uns risinhos, mas nada muito hilário. Lembrem-se, é uma série
dramática.
Uma
das coisas mais apaixonantes da série é quando Rae descobre estar nutrindo
sentimentos (sentimentos de verdade, não só desejos como antes) por um dos membros da gangue. Não falarei quem é por motivos
óbvios, mas basta dizer que a cota romântica da série está tão bem preenchida que
no segundo episódio vocês vão estar shippando
tão forte quanto o sol do meio-dia no verão.
Se
você não sabe ainda o que é shippar,
vou dar a dica: é aquela certeza que você tem de que duas pessoas precisam ficar juntos.
Mesmo que elas sejam apenas personagens e sequer façam parte da mesma série. Rs.
Eu poderia escrever no mínimo mais uns cinco parágrafos usando o fator romance como argumento, mas eu cheguei a conclusão de que nunca vou conseguir explicar essa parte da série em palavras. Só posso dizer que no último episódio você já está com a vassoura na mão juntando os caquinhos daquilo que um dia foi o seu emocional.
Para fechar com chave de ouro vem a produção. Não sou nenhuma expert nisso, mas acho a produção de MMFD impecável. Desde a trilha sonora, que por sinal é estupenda pra quem ama o rock dos anos 80/90, até a fotografia e edição. Mas isso já é comum nas séries britânicas, quero deixar claro.
Se
nem assim você se interessou em assistir, aí vai a última dica: o terapeuta da Rae
é o Prof. Quirrell de Harry Potter! E, por sinal, é ele quem solta as melhores frases da série, daquelas que
você anota e coloca de status no facebook!
Agora que o post acabou, vocês estão liberados para assistir essa série maravilhosa!
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O que acharam do post, borralhos? Me contem tudo, mas sem brigar, viu?