RESENHA: Legend - A Verdade Se Tornará Lenda

Nome Original: Legend                                                   

Autor(a): Marie Lu

Editora: Prumo

Ano: 2012

Páginas: 253

Onde Comprar: Submarino, Saraiva, Livraria Cultura, Book Depository

À primeira vista Legend não me chamou a atenção. Eu o comprei no dia 16 de fevereiro de 2013 (sim, fui olhar a data do pedido) por que ele estava bem barato. Comecei a ler assim que ele chegou, mas logo deixei de lado. Não sei se eu não estava no momento naquela época - por que eu acredito que cada livro tem um momento certo para ser lido e bem aproveitado – só sei que, agora que terminei, posso dizer que Legend é surpreendente.

A obra estreante de Marie Lu é uma distopia que mostra a cidade de Los Angeles em 2130 D.C. A então chamada República da América tem um governo opressor e vive em guerra com as Colônias, territórios vizinhos onde a população mais pobre vive. Todos os anos, crianças pobres ou ricas, são convocadas para realizar uma Prova - com letra maiúscula por que esse é mesmo nome do teste - em que seus conhecimentos e seus psicológicos são avaliados. Os que obtêm notas altas podem estudar e conseguir trabalhos específicos, enquanto os reprovados vão para os desconhecidos campos de trabalho. Day fez a Prova com dez anos e foi reprovado.  Agora vive escondido nas ruas do humilde setor Lake, fugindo das autoridades pois se tornou o criminoso mais procurado do país. June, nascida em uma família abastada, é uma das poucas pessoas que tirou nota máxima e agora é conhecida como o prodígio militar da República.

Logo no começo descobrimos o que leva Day a cometer seus pequenos crimes: ele precisa de dinheiro e remédios para salvar seu irmão mais novo, Aiden, da praga que está se espalhando pelas áreas nais pobres (cota fofisse preenchida com sucesso!). Esse é um dos motivos que o fazem invadir um hospital, onde o irmão de June, o capitão Metias é assassinado. June, então, saí em busca de Day como agente oficial da República para vingar a morte do irmão já que o garoto é acusado pelo crime.

As cenas de ação são, sem dúvida alguma, o ponto forte do livro. A escrita de Marie Lu é muito objetiva o que é ótimo para as sequências mais eletrizantes que, diga-se de passagem, estão presentes em 90% do livro. Se você, assim como eu, está acostumado com parágrafos descritivos e diálogos longos, vai estranhar em um primeiro momento. Mas nada que algumas páginas não resolvam. Logo você já estará acostumado com a rapidez que a Dona Marie Lu utiliza no texto. 

Os capítulos se alternam entre os pontos de vista de Day e June, uma escolha acertada já que acentua ainda mais as diferenças entre os mundos dos dois e faz com que a narrativa flua facilmente. É praticamente impossível se cansar da escrita quando ela é tão rápida e tão bem dividida quanto em Legend.

As surpresas começam a acontecer quando os protagonista se encontram e as verdades sobre a República e a praga começam a ser reveladas. Os dois mostram que são personagens fortes, habilidosos, lógicos e cativantes. Conseguem sustentar a história muito bem, o que um personagem mal construído não seria capaz de fazer. Resumindo, eles são bons em todos os sentidos da palavra quando o assunto é aventura. No meio de tanta agitação a autora nos apresenta o romance. Essa parte da história não me convenceu muito, acho que o livro continuaria excelente sem ela, mas compreendo por que foi colocada. Dificilmente vemos um livro infanto-juvenil que não tenha um mimimi romântico.  De qualquer forma, em uma decisão sábia de Marie Lu, Legend coloca o amor de escanteio. Ele existe mais para que o livro agrade a gregos e troianos, mas se você está procurando algo repleto de cenas mimizentas, esqueça! Legend é pura ação.

Com ou sem romance, Legend tirou o meu fôlego. Dá para contar nos dedos de uma mão as cenas tranquilas. Sempre há uma tensão no ar que só aumenta conforme a história avança. Inúmeras perguntas surgem no decorrer da leitura e poucas são claramente respondidas. Alguns elementos considerados "surpresa" pela autora falham, ficam meio óbvios no decorrer da leitura. Mas tudo bem, afinal esse é o primeiro de três! E isso foi exatamente o que eu pensei assim que fechei o meu exemplar. “Graças a Deus é uma trilogia!”. Que venha o segundo livro, Prodigy!