Autor(a): Rainbow Rowell
Editora: Novo Século
Ano: 2014
Páginas: 424
Algumas vezes a gente espera muito de um livro e acaba quebrando a cara. Não foi o meu caso com Fangirl. Apesar de ter amado imensamente “Eleanor & Park” por algum motivo achei que essa outra história de Rainbow Rowell não cairia nas minhas graças. Agora que já li, fico pensando por que raios pensei uma coisa dessas! Um livro Young Adult, que mistura fanfic com romance só poderia ser indiscutivelmente maravilhoso e é isso que Fangirl é.
Cather
Avery tem 18 anos e está prestes a enfrentar um dos maiores desafios da sua
vida até então. Ela está indo pra faculdade com sua irmã gêmea, Wren. As
semelhanças entre as duas se limitam a aparência física já que Wren é segura,
sorridente, extrovertida e social. Cath é tímida, reclusa e tem dificuldade em
se relacionar com pessoas reais por isso a experiência universitária parece ser
tão assustadora.
Na
verdade, o que Cath gosta mesmo de fazer é escrever. Mas não qualquer coisa,
ela gosta de escrever fanfictions da
saga literária Simon Snow – uma alusão óbvia a Harry Potter. Cath é boa, muito
boa e suas histórias são famosas na internet. A mais recente, “Vá em frente,
Simon” atingiu dezenas de milhares de cliques.
Quando
Wren diz à irmã que prefere que as duas não sejam colegas de quarto na
faculdade é como se Cath perdesse a única coisa que a fizesse se sentir parte do mundo real. Wren sempre foi o motivo
de Cath interagir com outras pessoas. Era Wren que a arrastava de um lado para o outro a tiracolo. Sem a irmã, a garota tem dificuldade
para se adaptar a nova rotina, encontrando alivio apenas nos parágrafos de “Vá
em frente”.
“— Não sou muito de ler.
— Acho que essa foi a coisa mais idiota que você já me disse.” (pág. 123)
Reagan
é a colega de quarto de Cather e é a responsável pelas tiradas cômicas. Ela é aquela
amiga meio bruta que de tão sincera te faz rir (meio que me identifiquei com
ela também!). Graças a ela, Cath aprende a se desligar um pouco do seu ninho interior e começa a desbravar a faculdade. Mas não é
nada muito brusco. A essência da garota
é essa, ser uma nerd fofa, meio paranóica que tem
pavor de festas de fraternidades e contatos físicos em geral. Mais
uma vez Rainbow Rowell conseguiu criar uma personagem com o qual eu me
identifiquei quase 100 %. Cath é a típica geek com direito a óculos, suéteres,
camisetas estranhas (no caso dela, de Simon Snow) e um amor pela escrita de
ficção. Só faltou se chamar Janaina para eu me identificar um pouco mais.
O
único problema que eu tive com Cather foi quando Levi entrou em cena. Ele é um pouco mais velho
e é o oposto dela. É simpático, comunicativo, pra cima e - desculpa não consigo
encontrar termo melhor para descrevê-lo - muito gracinha.
Por ser tão gracinha o romance entre
os dois é de explodir até os corações mais duros. Eu que não sou fã de romances em YA’s me vi soltando suspiros atrás de
suspiros nas cenas entre os dois. Levi a entende e a respeita, dando tempo ao
tempo, encarando a neura de Cath com mudanças e relacionamentos físicos muito
naturalmente. Mesmo com toda a paciência do garoto, algumas vezes cheguei a me
irritar com o medo e insegurança de Cath, mas não durava muito. Na página
seguinte já estava torcendo por ela novamente e é muito bom encontrar uma
personagem que nos faz realmente torcer a favor.
Ao
longo do livro, todo esse receio de Cath é explicado. Ela e Wren foram
abandonadas pela mãe aos oito anos. Na época o pai caíra em uma depressão e até
hoje tem um psicológico instável e alguns transtornos comportamentais.
Rainbow
tem um texto delicioso. É leve e rápido, não fiquei cansada com a leitura
nenhuma vez. O começo de todos os capítulos são precedidos por trechos das
fanfics de Cath ou de cenas saga de Simon Snow. Achei que isso deixaria a
leitura um pouco lenta, mas foi sensacional poder entrar nesse universo mágico pela qual Cath é fissurada.
Quando
cheguei à última página no livro senti uma pontadinha no estômago. Li devagar,
sem pressa e mesmo assim acabei lendo em poucos dias. Qualquer pessoa que já
tenha sido fã de alguma série de livros ou de qualquer outra coisa vai se
apaixonar. Qualquer pessoa que goste de um romance fofo, meio clichê, mas
especial, não vai querer terminar a história. Qualquer pessoa, no geral, vai
desejar que esse livro fosse infinito.
Pela capa e título eu não leria esse livro, mas depois de ler sua resenha vi que ele parece ótimo! *-*
ResponderExcluirEu gosto de romancecinho assim sabe, apesar de ser batido é um tipo de livro muito gostoso de ler.
Beijos <3
www.quaseatoa.com
Oi, Juliana.
ExcluirAo contrário de você, eu já me apaixonei pela capa e o título logo de cara! Eu também adoro romance clichê de vez em quando , desde que tenha alguma coisa especial. Esse com certeza tem!
Beijos