RESENHA: Simon vs. A Agenda Homo Sapiens

Título Original: Simon vs. The Homo Sapiens Agenda

Autor(a): Becky Albertalli

Ano: 2016

Editora: Intrínseca

Páginas: 272

Ai, ai, gente! Todos sabem que esse livro anda na boca de todo mundo, né? Blogs literários, leitores do dia-a-dia... Todo mundo está lendo, já leu ou quer ler esse livro. Eu queria tanto lê-lo que resolvi ler pelo kindle, mas sabe qual é o meu problema com e-books? É que se eu gosto do livro decido que preciso comprar a versão física também. Pois bem, quem quiser me presentear com o livro do Simon eu estou aceitando porque eu amóriaei a hist!

Ninguém sabe que Simon é gay, e ele não está muito preocupado em sair do armário para os amigos e família em um futuro próximo. Ele só só sabe pensar em Blue, a pessoa misteriosa com quem vem troncando e-mails em segredo, e por quem ele está claramente nutrindo uma paixão. Então, quando Martin - um garoto da escola que é um pouco nerd, um pouco bobo -  lê as conversas entre os dois e passa a chantageá-lo, Simon sente pela primeira vez medo de ter o seu segredo revelado. Não medo por ele, mas por Blue. Ele não quer perder o laço com o garoto misterioso e também não quer que seu amigo seja exposta, e para evitar isso Simon  sabe que vai ter que sair da sua zona de conforto. 

Vou começar dizendo que o texto da Becky é muito rápido, objetivo e fácil de ler. Li tudo em um dia de tão sucinta que a história é, mas ainda assim ela não deixou nenhum detalhe para trás. Senti que algumas cenas poderiam ter sido mais trabalhadas ou melhores aproveitadas, porém no contexto geral, é muito bom.

Simon é um adolescente engraçado e eu simpatizei muito com ele e com como ele age com relação aos amigos. Esses, por sinal, são personagens muito interessantes que valem a pena prestar atenção. Até acho que alguns poderiam ser mais desenvolvidos também, mas é a vida que segue. Tem algo nessa história que te faz adorar tudo. Talvez a narrativa de Simon, ou a relação dele com a família e com os pais, ou ainda o fato de que a história não tem nenhum vilão, nem mesmo Martin, que é quem passa a história chantageando Simon, é pintado com uma pessoa ruim. Parece estranho, mas acho que esse detalhe humanizou mais ainda a história. Ninguém - ou a maioria das pessoas - não são só boas ou só más. Todo mundo tem um pouco de tudo e aos poucos vamos aprendendo a lidar com o nosso lado ruim.

A relação de Simon e Blue por e-mail é muito interessante e fofa. Eles são confidentes e os dois aproveitam o anonimato para falar tudo aquilo que está preso dentro deles. Começa sobre a homossexualidade, mas esse não é o único assunto entre eles. Claro que com o tempo isso vai virando um sentimento mais profundo e Simon começa a criar hipóteses sobre a identidade do “amigo” virtual. A partir daí ele vai desconfiando de todo mundo, até das pessoas mais improváveis para ser o Blue. 

Confesso que criei uma suspeita sobre a identidade do Blue na metade do livro e ela se confirmou no final, mas descobrir antes o mistério do livro não estragou em nada o ápice, o momento da revelação de quem é a pessoa por quem Simon se apaixonou.

Não posso falar mais nada sem entregar o jogo, só quero dizer que Becky usou de muita representatividade para nós, negros, e eu fiquei bem feliz. Precisamos de mais livros com personagens importantes e protagonistas negros. E, claro, o tema da comunidade LGBT é sempre válido, principalmente em histórias com protagonistas adolescentes que é a época de descobertas! Achei incrível ler algo tão leve e simples sobre um assunto que infelizmente ainda causa muita comoção sendo que é completamente normal.