12 de jun. de 2016

RESENHA: Cartas de Amor Aos Mortos

postado por Unknown




Título Original: Love Letters To The Dead
Autor(a): Ava Dellaira
Ano: 2014
Editora: Seguinte
 Páginas: 344


A primeira vez que eu tentei ler “Cartas de Amor aos Mortos” foi em 2014. Li umas 50 páginas e desisti. Coloquei a culpa no momento em que eu estava da vida. Eu acredito muito que aproveitamos ou não uma história de acordo com o nosso estado de espírito no momento, então achei que tinha sido isso que me fez não aproveitar tanto a leitura na época. Resolvi tentar ler de novo esse ano já que eu estou bem melhor do que dois anos atrás. Comecei no final de abril e terminei hoje. Foram quase dois meses de leitura. Tenho que admitir que eu estava sem tempo para ler e conseguia apenas pegar no livro de final de semana. Isso colaborou muito com a minha leitura lenta, claro, mas talvez se fosse um livro mais fácil e leve eu teria acabado mais rápido. A obra de Ava Dellaira é tudo menos leve.

Não sou muito fã de histórias contadas inteiramente por meio de cartas. O único livro do estilo que me cativou foi “As Vantagens de Ser Invisível”. Confesso que demorei muito para entrar no ritmo de “Cartas de Amor aos Mortos” exatamente por não conseguir me envolver quando o enredo é mostrado em forma de diário ou algo parecido. Esse também foi um fator que colaborou na minha leitura lenta.

A história é sobre Laurel, uma garota de 15 anos que perdeu a irmã mais velha recentemente. May era tudo para Laurel. Era sua inspiração, seu espelho, sua melhor amiga. Como um exercício dado em uma matéria em sua nova escola, Laurel tem que escrever cartas para pessoas que morreram e ela decide escrever para artistas e falecidos que de alguma forma têm relação com a vida dela. É por essas cartas que nós vamos descobrindo, pouco a pouco, o que aconteceu com Laurel e May.

Apesar do texto leve e escrita simples, logo no começo a história já dava sinais de que entraria em um lado obscuro e tenso. Eu só não imaginava o quanto. Laurel vai para uma escola nova para não ter que lidar com as pessoas a olhando com pena devido à morte de May. No novo colégio ela encontra o amor e novas amigas, mas nem isso é simples nessa história. Tudo tem uma questão mais profunda do que parece e essa é a grande chave do livro.

Laurel está sofrendo com a morte da irmã, com o afastamento da mãe que foi morar em outro estado, e com alguma coisa a mais que nós sabemos o que é perto do final do livro. A autora trouxe temas críticos para a história como homofobia, aceitação, violência física, problemas psicológicos e abuso sexual. Tudo de uma maneira crua e sem o típico “amaciamento” que de vez em quando vemos em livros que não querem assustar os leitores. Essas coisas tornaram a leitura agoniante para mim. Certos assuntos mexem muito comigo e a Ava conseguiu deixar tudo muito real ao ponto de eu ter que fechar o livro e dar uma respirada antes de continuar a ler.

Por sinal, acho que essa é uma boa forma de descrever o livro. Ele é real demais. E a realidade é pesada e angustiante na maioria das vezes. Têm coisas na vida que não podemos mudar, mas têm outras que poderiam ser evitadas se as pessoas apenas fossem mais altruístas e respeitosas. Pensar em como o mundo pode ser horrível me deixa apavorada e, sim, nós vemos esse tipo de coisa toda hora na televisão, mas é aquela velha história: livro são portais de magia e uma boa leitura te marca, para o bem ou para o mal.

Acho que ler tanta coisa forte em um livro só me deixou um pouco desnorteada e isso não é ruim. Ás vezes precisamos de um choque de realidade e essa história com certeza é um. O texto de Ava é delicado, mas algumas coisas não podem ser mascaradas, por mais que tentemos deixá-las melhores. O que aconteceu com Laurel, com May e com as novas amigas de Laurel está acima de qualquer explicação. Não existe explicação. 

No fim, achei uma leitura muito válida. Gostei do livro e do alerta que a história dá para todas essas questões. Porém, a leitura pesou em mim e por isso eu não o releria. São sentimentos demais que eu não gostaria de sentir de novo.

8 comentários:

  1. Oi, Jana!
    Eu sou louca pra ler esse livro. Recentemente tive sorte e consegui ele por troca no skoob.
    Realmente às vezes é importante tomar um choque de realidade.
    Beijos
    Balaio de Babados

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  2. Oi, Jana.
    Apesar da temática do livro trazer uma proposta maravilhosa não consegui me envolver com a leitura.
    O lance das cartas tinha tudo para dar certo, mas ficou massante.
    Mas que bom apesar do peso para você tenha funcionado.
    Beijo

    Te Conto Poesia ♥

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  3. Que bom que você achou a história válida, uma pena que não tenha sido tudo isso.
    Também não gosto de livros apenas com cartas, fica meio massante e desgastante.

    http://revelandosentimentos.blogspot.com.br/

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  4. Olá,
    Esse é um livro que tenho vontade de ler, parece ser um livro cheio de emoções.
    Parabéns pela resenha.
    Bjs e uma ótima noite!
    Diário dos Livros
    Siga o Twitter

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  5. Já li Cartas de Amor aos Mortos e não curti muito.
    Não gostei da narrativa feita apenas em forma de cartas, pois achei cansativo.
    Achei o final interessante, jamais imaginaria algo assim, mas achei o desenvolvimento da estória fraco e, em alguns pontos, forçado.
    Abraço,
    Alê
    www.alemdacontracapa.blogspot.com

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  6. Olá! Eu li esse livro a quase 2 anos atrás e continuo com essa mesma sensação de sofrimento que você descreve. O fato de ser possivelmente muito real mexeu muito comigo, sabia?
    Seguindo o blog!

    Beijos,
    Postando Trechos

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  7. Oi Jana!
    Que legal a sua resenha!, já perdi a vontade de ler esse livro tem um tempo mas ainda assim o enredo é muito bom. Que bom que gostou da leitura.

    Abraço!
    http://leituraforadeserie.blogspot.com/

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  8. Oi Jana,

    Eu tive a oportunidade de ler esse livro e passei, achei triste demais e não estava na vibe. Todas as resenhas comentam que o livro é muito realista e que você tem que ler no momento certo, por enquanto não pretendo ler.

    Bjs, @dnisin
    www.sejacult.com.br

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O que acharam do post, borralhos? Me contem tudo, mas sem brigar, viu?

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