Autor(a): Matthew Quick
Editora: Intrínseca
Ano: 2013
Ano: 2013
Páginas: 222
É o aniversário de 18 anos
de Leonard Peacock, um adolescente considerado solitário, abandonado pelo pai e
que possuí uma relação pouco afetiva com a mãe, uma estilista que mais se
preocupa com o trabalho e com o namorado do que com o filho. Ao invés de
comemorar, Leonard acorda nessa data especial com outro objetivo em mente: irá
matar o ex-melhor amigo e depois se suicidar.
Não sei por que senti
vontade de ler esse livro de Matthew Quick. Não li o Lado Bom da Vida, mas vi o
filme na maratona Oscar 2013, e não sou fã de livros com uma temática tão forte
como essa. Leio, mas não sou fã. Mesmo assim, desde que a Intrínseca começou a
divulgar Perdão, Leonard Peacock, senti uma imensa e inexplicável vontade de
ler.
O começo foi difícil pra mim. Não me liguei ao livro de primeira e me permitir ir para outras leituras antes de continuar (isso vem acontecendo bastante comigo). Mas quando decidi ler de verdade me surpreendi muito com o
texto de Quick. Os capítulos são curtos, o que facilitou muito a minha leitura.
Eu levo um pouco mais de tempo para ler uma história com um enredo delicado, e
às vezes, pode ficar um pouco cansativo. Não foi o caso. O autor é direto, tem uma linguagem simples e não usa metáforas ou eufemismos que são comuns em livros do estilo.
Leonard é quem conta a história,
então em todo livro vemos o ponto-de-vista dele. Vemos os motivos que o levaram
a decidir que acabaria com a própria vida. Antes disso, ele decide
presentear alguns poucos amigos – se é que dá para chamá-los assim – para que
eles não se sintam culpados pelo o que ele irá fazer. Pessoas especiais que, de
alguma forma, afetaram para melhor a vida de Leonard. Entre essas pessoas está
Herr Silvermann, professor de história e, provavelmente, a
personagem mais interessante do livro.
Acho que qualquer adolescente
ou jovem adulto que ler essa obra vai se identificar com Leonard. Ele é um peixe-fora-d’água
assim como grande parte das pessoas da idade dele. Ele não pertence à vida
moderna. É um adolescente que já passou por coisas horríveis, mas que são
minimizadas pelos outros. O abandono do pai e o descaso da mãe, por exemplo,
são coisas que ele deve aprender a lidar segundo a sociedade. Mas ele não
consegue.
Leonard quer saber se o futuro será melhor, se ele tem condições de se tornar alguém
melhor e que consiga fazer algo pelo mundo. Afim de saber mais sobre o que virá
depois da adolescência ele faz algumas coisas, como seguir adultos desconhecidos enquanto esses estão a caminho de seus trabalhos e observar suas expressões. Decepcionado, ele percebe
que todos estão tristes e desapontados com as suas próprias vidas.
“Mostre me que é possível
ser adulto e também ser feliz. Por favor. Este é um país livre. Você não
precisa continuar fazendo isso caso não queira. Você pode fazer o que desejar.
Ser quem quiser. Isso é o que eles nos dizem na escola, mas se continuar
entrando naquele trem e indo para o lugar que você odeia, vou começar a achar
que as pessoas na escola são mentirosas (...)" (pág.47)
O futuro parece tão promissor quanto o presente e tudo o que Leonard consegue ver são justificativas para o que ele planeja fazer. No entanto, descobrimos no decorrer da leitura que, no fundo, o garoto deseja que alguém o impeça. Que alguém note os sinais que ele vêm dando (isolação, carência, depressão) e que se importe. Alguém que mostre que ele só está em um momento ruim, mas que coisas boas podem aparecer. Isso é o que me faz amar o livro. Leonard, com seu tom sarcástico, faz aquilo que todos fazemos em momentos desesperadores: pede ajuda. E para isso, Leonard, não é necessário perdão.
O futuro parece tão promissor quanto o presente e tudo o que Leonard consegue ver são justificativas para o que ele planeja fazer. No entanto, descobrimos no decorrer da leitura que, no fundo, o garoto deseja que alguém o impeça. Que alguém note os sinais que ele vêm dando (isolação, carência, depressão) e que se importe. Alguém que mostre que ele só está em um momento ruim, mas que coisas boas podem aparecer. Isso é o que me faz amar o livro. Leonard, com seu tom sarcástico, faz aquilo que todos fazemos em momentos desesperadores: pede ajuda. E para isso, Leonard, não é necessário perdão.
Nossa Jana. Agora preciso ler esse livro!
ResponderExcluirGostei muito da temática e pelo jeito a escrita tb é muito boa!
Beijos flor